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O QUE EXPLICA O NOSSO MEDO DE EXTRATERRESTRES?

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O noticiário das últimas semanas parece ter saído de algum filme de ficção científica: desde o início de fevereiro registros de objetos voadores não identificados, os famosos óvnis, assustam aqueles que têm medo de que alienígenas decidam invadir a Terra.

 

No dia 4 de fevereiro, os Estados Unidos derrubaram um balão chinês que estaria sendo utilizado para vigilância, segundo os próprios americanos. Desde então, outros três incidentes foram reportados: um objeto do tamanho de um carro sobrevoava o Alasca, outro objeto cilíndrico voava sobre o Canadá e um outro, em formato octagonal, passava sobre um lago na fronteira dos EUA e Canadá. Todos eles foram derrubados e não há notícia de que algum ET tenha saído de dentro deles.

Diante da repercussão dos episódios, que rapidamente foram relacionados pelas pessoas a uma suposta atividade alienígena, a Casa Branca declarou que não há qualquer indício de que os objetos tenham origem extraterrestre. A própria nomenclatura de óvni é muito mais ampla do que a associação com ETs, que se popularizou. Como o próprio nome diz, trata-se de algum objeto voador que não pode ser propriamente identificado, inclusive de origem terrestre.

Por que temos medo de extraterrestres?

Em boa parte por causa da maioria das histórias de ficção científica que consumimos ao longo de décadas. Desde a famosa transmissão de rádio de Guerra dos Mundos, feita por Orson Welles, passando por livros e filmes, a maioria das nossas relações com os extraterrestres nessas obras não é nem um pouco amigável.

O medo de seres de outros planetas serviu para alimentar outras paranoias sociais, como Jack Finney fez em Invasores de Corpos. No livro, não há discos voadores ou criaturas com um cabeção. A ameaça se manifesta aos poucos, quando pessoas percebem que seus amigos, familiares e conhecidos se tornam “vegetais”. Publicada originalmente em 1955, a obra reflete o retrato de uma sociedade marcada pelo medo da lavagem cerebral e da invasão de um inimigo soviético durante a Guerra Fria.

Acontece que Reagan não foi o único presidente que teve um interesse mais do que passageiro na possibilidade de vida extraterrestre.

 

Durante o último meio século, quase todos os presidentes assumiram o cargo prometendo – pública ou privadamente – chegar ao fundo dos OVNIs. Desde que a era moderna dos OVNIs começou, durante a administração de Harry Truman, os presidentes têm bisbilhotado na esperança de encontrar a verdade. Em 1947 e 1948, ondas de avistamentos de “discos voadores” capturaram a imaginação do público – o Pentágono temia que representassem não alienígenas, mas naves espaciais soviéticas secretas construídas por cientistas de foguetes nazistas sequestrados – e à medida que os avistamentos aumentavam mês após mês, o interesse do próprio Truman despertou. Certa tarde, em 1948, Truman convocou seu assessor militar, o coronel Robert Landry, ao Salão Oval e “conversou sobre relatos de OVNIs e qual poderia ser o significado de todos esses relatos bastante estranhos de avistamentos e do assunto em geral”, disse Landry. lembrado. “Todos os tipos de objetos e coisas estavam sendo vistos no céu pelas pessoas.”

 

 

 

 

 

 

Porém, não há qualquer evidência de que a natureza dos alienígenas seria malevolente. Os cenários que envolvem a possibilidade de vida inteligente fora da Terra são três: 1) os aliens não têm interesse em fazer contato; 2) eles têm contato e são benevolentes; e 3) o contato seria uma ameaça para nós — e é justamente essa que tiram o nosso sono após assistir a algum documentário sobre o tema.

 

Possivelmente o medo de ETs violentos parta justamente da nossa própria natureza. Se eles forem como boa parte das sociedades dominantes ao longo da história, estariam sim interessados em colonizar, escravizar, matar os nativos do planeta, roubar nossos recursos e impor o seu estilo de vida sobre nós. Afinal, nada tão desumano quanto o próprio ser humano, não é mesmo? 

 

E é ali que mora o medo: se eles tiverem o interesse e forem capazes de chegar até aqui, é porque já detêm uma tecnologia superior à nossa. E isso significa que não teríamos qualquer chance de nos defender caso a tal “visita” seja mesmo uma ameaça. Mais ou menos como aconteceu com os nativos de tantos continentes dominados por europeus ao longo de séculos.

 

A boa notícia é que nem a ciência apoia esse tipo de temor. Afinal, se os alienígenas estivessem interessado em algum recurso valioso, eles o buscariam em algum planeta composto por aquele material. Ou seja, se eventualmente esse contato ocorrer, pode muito bem ser em termos mais harmoniosos, como Becky Chambers escreveu na série de livros iniciada por A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil: com humanos e seres de outros planetas convivendo e trabalhando juntos em um sistema intergaláctico que abriga as mais variadas origens planetárias.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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